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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA


Esse texto faz  parte de um artigo encontrado em 
http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=476 

Dom Estêvão Bettencourt



Em síntese: O "Catecismo da igreja Católica", promulgado em 1992 pelo Papa João Paulo II, vem a ser o referencial para se ensinar a doutrina católica no mundo inteiro; propondo em termos claros e simples a mensagem da fé, dissipa as dúvidas que ultimamente têm sido levantadas a respeito de pontos do Credo; desta forma o povo de Deus terá como se orientar frente a teorias que hoje o sacodem.
O texto foi elaborado por uma Comissão de Cardeais e Bispos no decorrer de seis anos de estudo, passando por redações diversas resultantes de consultas feitas a peritos e a todo o episcopado católico. Consta de 2863 parágrafos, distribuídos em quatro Partes: 1) A Fé Professada (Credo); 2) A Fé Celebrada (Sacramentos e Liturgia); 3) A Fé Vivenciada (Moral); 4) A Fé feita Oração (Oração em geral e Pai-Nosso).
A obra destina-se a todos os fiéis da Igreja, podendo ser lida com proveito por clérigos e leigos. Os Catecismos regionais deverão levá-la em consideração de modo a garantir a homogeneidade do ensino da fé católica no mundo inteiro. Como se vê, a obra veio preencher uma lacuna muito grave, dada uma certa desorientação em matéria catequética hoje existente. Aliás, já em outras épocas a Igreja sentiu a necessidade de publicar um Catecismo oficial: tal foi o caso do Catecismo Tridentino (1566) e o do Catecismo de Pio X (1912).
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Foi lançado pelo Papa João Paulo II, aos 7-8/12/1992, o "Catecismo da Igreja Católica", (ver online ) destinado a servir de padrão a qualquer Catecismo regional. Os fiéis têm assim um referencial seguro para dirimir dúvidas relativas a pontos de fé hoje em dia controvertidos. Não restará motivo para hesitar diante de teorias propostas por autores contemporâneos, desejosos de traduzir a fé numa linguagem moderna, mas nem sempre bem sucedidos.
Examinaremos as características de tal obra em geral. Após o quê, passaremos à consideração de certos temas de relevo nela abordados. ([1])
1. TRAÇOS GERAIS
Antes do mais, devemos notar que não se trata de um Catecismo no sentido de' livro didático para crianças, mas antes temos em mãos um compêndio da fé, como observa o próprio S. Padre na Constituição Apostólica Fidei Depositum (de 11/10/92), que apresenta a obra; esta é "uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, atestada ou esclarecida pela S. Escritura, pela Tradição Apostólica e o magistério da Igreja" (ibidem no 4).
1.1. Dados históricos
Percorrendo os antecedentes de tal obra, verificamos que a catequese ou a transmissão sistemática da doutrina da fé sempre foi praticada pela Igreja desde os seus primórdios, consoante o mandamento do Senhor Jesus em Mt 28, 18-20. A transmissão se fazia, a princípio, por via meramente oral. Aos poucos, porém, foi-se sentindo a necessidade de redigir por escrito algumas sínteses da pregação, que facilitassem a memória dos ouvintes. Assim surgiram os Evangelhos canônicos, que são o eco da pregação oral dos Apóstolos.
Houve também recurso às imagens, que, representando cenas da história sagrada, se tornavam a Bíblia pauperum ou a Bíblia dos mais simples ou dos iletrados.
Na Idade Média, S. Antônio de Pádua (+1231) e S. Bernardino de Sena (+1444) se distinguiram pela sua obra catequética.
No século XVI as controvérsias religiosas suscitadas pelo protestantismo levaram a Igreja a publicar um catecismo oficial dito "Catecismo Tridentino" ou do Concílio de Trento (editado em 1566), que até nossos dias tem sido referencial para Catecismos regionais.
No início do século XX o racionalismo vigente fez que o Papa S. Pio X se interessasse pela redação de novo compêndio da fé em linguagem da época, visando aos problemas do seu tempo: em 1912 publicou o Catecismo de Pio X.
Finalmente, após a segunda guerra mundial (1939-45) a fé foi sacudida por teorias diversas, que deixaram confusas as mentes de muitos fiéis. Por isto, por ocasião do Sínodo Geral dos Bispos de 1985, vinte anos após o Concílio do Vaticano II, os Padres Sinodais pediram ao S. Padre João Paulo II que mandasse redigir um Catecismo ou Compêndio da Fé Católica que respondesse às interrogações do povo de Deus e dirimisse as dúvidas lançadas sobre os fiéis. Assim se manifestaram os Bispos Sinodais reunidos em Roma no ano de 1985:
"Deseja-se... que seja redigido um Catecismo de toda a Doutrina Católica tanto em matéria de fé como em Moral; servirá de referencial... A apresentação deve ser tal que seja bíblica e litúrgica, ofereça uma doutrina íntegra e... adaptada à vida atual dos cristãos".
Em conseqüência, o Papa nomeou uma Comissão de Cardeais, presidida pelo Cardeal Josef Ratzinger, a quem confiou a tarefa de examinar (fosse para aprovar, fosse para emendar) o texto que devia ser elaborado por outra Comissão de cinco ouoito redatores, escolhidos pelo Cardeal Ratzinger dentre os Bispos devotados à Pastoral.
Os redatores elaboraram dois esquemas; depois, um Anteprojeto, submetido a quarenta peritos, o Projeto e o Projeto Revisado. Este foi enviado a todo o episcopado em outubro de 1989 a título de consulta; em conseqüência, foram apresentadas 24.000 propostas de emenda à Comissão Redatora, propostas que foram classificadas e analisadas mediante computador; 90% do episcopado havia-se manifestado favorável ao texto, sendo que a Parte relativa à Moral era a mais sujeita a sugestões de emenda. Levadas em conta as propostas do episcopado, elaborou-se um texto pré-definitivo; a seguir, uma outra versão também pré-definitiva; por último, estava pronto o texto definitivo, que as Comissões aprovaram unanimemente aos 14/02/1992. Finalmente o texto foi entregue ao Santo Padre, que desejou ainda alguns retoques e o aprovou definitivamente aos 26/06/1992.


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