Esse texto faz parte de um artigo encontrado em
http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=476
Dom Estêvão Bettencourt
O texto oficial, que é o francês,
estende-se por 650 páginas, com 2863 parágrafos, 3.000 citações da Bíblia, dos
Padres da Igreja e dos Concílios (1.000 referências ao Concílio do Vaticano II)
e 68 citações de dizeres de Santos e Santas (S. Francisco de Assis, S. João
Maria Vianney, S. Teresinha de Lisieux, S. Rosa de Lima...).
A obra compreende quatro Partes:
1) A Profissão de Fé (o Credo):
39% do livro;
2) A Celebração da Fé
(Sacramentos e Liturgia): 23% do livro;
3) A Vivência da Fé (Moral): 27%
do livro;
4) A Fé feita Oração (Oração em
geral e Pai-Nosso): 11% do livro.
Estas quatro Partes correspondem
aos passos dados na antigüidade para instruir os catecúmenos: havia a Traditio
Symboli (a entrega do Símbolo de Fé ou do Credo), a Catequese do Decálogo
(Moral, a transmissão do Pai-Nosso) e a mistagogia (iniciação) nos Sacramentos.
Tais eram as etapas da Iniciação Crista nos séculos IV/V.
A ordem dessas quatro Partes tem
seu significado ou mensagem: após o Credo vem não a Moral, mas os Sacramentos,
pois a Ética cristã não é senão uma expressão da fé professada e da graça
recebida nos sacramentos; é uma Moralidade sacramental.
Essas quatro Partes se dispõem em
dois pares: Fé + Sacramentos (o que Deus fez por nós) e Moral + Oração (o que
devemos fazer em resposta — viver e orar). Como dito, aproximadamente 2/3 do
Catecismo ou 62% correspondem a Fé e Sacramentos, e 1/3 aproximadamente (38%)
correspondem à resposta do homem. Há, pois, uma tônica sobre a obra de Deus; ao
Senhor compete o começar e o levar a termo a obra da nossa salvação; afirma-se
assim o primado da graça, em antítese a qualquer posição pelagiana.
A linguagem dessa obra é muito
significativa e de fácil compreensão. Argumenta solidamente sem cair na
erudição reservada a poucos. O povo de Deus pode regozijar-se profundamente por
dispor atualmente deste Compêndio de Fé, referencial precioso para dirimir
dúvidas. Quem deseja ir diretamente a determinado assunto, tem dois grandes
índices finais: um de citações (da S. Escritura, dos Símbolos de Fé, dos
Concílios Ecumênicos, dos Concílios e Sínodos regionais, dos documentos
pontifícios, dos documentos da Igreja, do Direito Canônico, da Liturgia, dos
escritores eclesiásticos); o outro índice é o de temas. Os dois perfazem um
total de cem páginas na edição francesa.
Cada artigo da obra,
compreendendo uma dezena de páginas aproximadamente, tem no seu final um resumo
dos principais pontos explanados.
O Catecismo nada traz de novo
(nem o podia trazer) em matéria essencial de fé e de Moral, mas expõe as
clássicas verdades e normas, aplicando-as às realidades de hoje.
Nas páginas subseqüentes poremos
em relevo a posição assumida pelo Catecismo, fiel às fontes da fé, frente a
questionamentos que perturbam os fiéis. Infelizmente a imprensa deturpou o
conteúdo desse Compêndio, fixando-se unicamente sobre aspectos de Moral para
ridicularizá-los.
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